sábado, 13 de dezembro de 2014

RECORDANDO UM GRANDE DO FADO


Nascido no Porto a 26 de Novembro de 1923, vem a falecer em Lisboa no dia 10 de Março de 1980. Estreou-se nos palcos em 27 de Março de 1947 "empurrado" por Alves da Cunha. Percorreu todo o país em digressão falando de poetas e de teatro até que, em 1951, ingressa na Companhia de Amélia Rey Colaço - Robles Monteiro, para o elenco da peça "La Niña Boba", de Lope de Vega, que seria posta em cena em 1953, com Gina Santos como "menina tonta", Helena Féliz, Álvaro Benamor e Maria Albergaria. Vasco de
Lima Couto representou em mais de 40 peças ao longo de toda a sua carreira, nunca acusando qualquer atitude de concessão ao "status" ou amolecimento das linhas mestras da sua personalidade criativa e, por vezes, revolucionária.
Mas, como refere João Aguiar no Diário de Noticias de dia 14 de Março de 1980, "será exagerado dizer que Vasco de Lima Couto foi actor por acréscimo. Algumas das suas interpretações não serão esquecidas tão cedo".
Por volta de 1952, Lima Couto volta ao Porto para se juntar ao Teatro Experimental, onde permanece cerca de oito anos. Aí, representou peças tão importantes como: "A Morte de um Caixeiro-viajante", de Miller; "As Guerras de Alecrim e Manjerona", de António José da Silva; "Volpone", de Ben Johnson; "Edda Gabler", de Ibsen; "Ratos e Homens", de Steinbeck; "Tio Vania", de Tchecov, entre outras. Em 1960 volta para a capital portuguesa onde representará a figura de D. Afonso IV na peça "Castro", de António Ferreira. "Teve enorme êxito, o qual, segundo as próprias palavras, se deve à direcção de Paulo Renato". Durante dois anos trabalhou para o Teatro da Câmara – Estufa-fria, sob a direcção de Pedro Bom, mas considerava o tipo repertório lá representado como "chato e despido de qualquer realidade".
O grande sucesso vem com o "Mercador de Veneza", de Shakespeare, onde Vasco de Lima Couto representava o papel de Lancelote Gobbo. "O êxito foi tal que, ao sair de cena, num dos melhores momentos da peça, o público interrompia a representação com uma salva de palmas". Em 1966 vai para o Teatro da Trindade, para representar "Todos eram meus filhos", de Miller. A peça vai em tournée pelo país inteiro. Um ano depois vai para o TEL (Teatro Experimental de Lisboa) onde representa, basicamente, peças de Luzia Maria Martins. Mas a situação do TEL era desastrosa. Vasco de Lima Couto viu-se sem dinheiro, sendo "obrigado" a ir trabalhar para a televisão, em peças que em nada lhe interessavam. Chega mesmo a aceitar o convite de Vasco Morgado para representar o "Vison Voador", no Villaret. Em 1971 concorre ao "Festival da Canção" com o célebre e polémico "Zé Brasileiro Português de Braga". Conhece finalmente África, por quem se apaixona. Em Angola, inicia uma série de programas na Emissora Oficial, como colaborador e assistente literário. Era o programa "Cantar de Amigo", dedicado à divulgação da poesia portuguesa. Aí, "muitos dos que sistematicamente o ignoravam na crítica, na presença e na divulgação, eram citados sem qualquer ressentimento".
Trava conhecimentos com o jornalista João Aguiar, sub-chefe de redacção do Diário Falado e produtor radiofónico. Este, leva Lima Couto a interpretar na rádio uma adaptação do romance "Um Cântico para Leibowitz", à altura com o nome, "A crónica de S. Leibowitz". "O original gravado, um dos raros documentos que se salvaram depois da independência, é a amostra mais que convincente do grande talento e capacidade de um actor". Nos inicios de 1974, inexplicavelmente, Vasco de Lima Couto regressa a Portugal.
Com grande mágoa encontra António Pedro afastado do TEP. Vai para a Cornucópia, que depressa abandona para se fixar uns meses em Paris. Ao regressar, ingressa na Companhia Maria Matos para representar o "Encoberto", de Natália Correia. No entanto surge uma vida nocturna intensa, cada vez mais ligado ao fado. No "Painel do Fado", na "Taberna de S. Jorge" (no Porto) ou na "Taberna do Embuçado", Vasco de Lima Couto escreve, lê e ouve cantar a sua poesia. Grandes nomes da canção ligeira e do fado cantam as suas palavras: Amália Rodrigues, Carlos do Carmo e Simone de Oliveira, Max, entre outras. "No princípio e no fim de tudo, estava a poesia. E à medida que o tempo foi passando, o "resto" foi ficando pelo caminho, como veste que se usa bem, mas que depois se larga - nem sempre por vontade própria, mas sempre com intima tranquilidade. Lima Couto sabia que, através do tumulto emocional, ideológico e político, ele haveria de desentender-se com o "establishment", pois isso acontecera antes, acontecera sempre; e, como antes, como sempre, o "establishment" não lhe perdoaria e fechar-lhe-ia as portas. Mas sabia também que havia duas coisas que nunca ninguém lhe poderia tirar: Uma, a liberdade que lhe advinha de não ter nada para perder; a outra, a sua condição e essência de poeta."
«Eu sou um poeta. Maldito, mas poeta. Sou, também, actor. Incómodo, mas actor. Como actor, empresto. Como poeta, dou».
Entre estas duas posições, vivo. Não represento nenhuma escola, porque não preciso de falar ao tempo do meu povo. Sou o tempo do meu povo! Se algum mérito possuo, é o de não ser intelectual partido, para intelectuais de partido. Canto como sei e sei como sinto. Não dou respostas convenientes, porque – felizmente, sou inconveniente. Entre o homem chateado e a criança maravilhada, rasgo o tempo que possuo. O mais que queiram ver, em mim, é estrume de animal que mastiga a comida que não merece e que o povo paga."
Vasco de Lima Couto reflectia sobre as coisas do seu tempo. Pensava sobre a vida cultural e social do seu país, principalmente quando se embrenhava nelas.

Parte do Texto de: Portal do Fado 

GRANDES PARES DO CINEMA



domingo, 9 de novembro de 2014

RECORDANDO UM GRANDE DO FADO


Nasceu em Alijo, Alto Douro em 19 de Novembro de 1926. Aos 10 anos foi viver com os seus pais para o Porto, onde aprendeu a tocar Bandolim.
Entretanto trabalhou como aprendiz de alfaiate. Seu pai tocava Guitarra com os amigos e pouco depois também quis fazer o mesmo com a ajuda dum vizinho que também tocava Bandolim. Aos 13 anos tocava Viola e pouco depois fundou com José Fonseca (Violino) e Abílio Nunes (Bandolim) um conjunto de baile. Mais tarde este agrupamento transformou-se em sexteto com a entrada no grupo de um acordeonista, um baterista e um saxofonista.
Em 1952 actuou com o guitarrista Marcírio Ferreira e a cantadeira Elisa Silva no Palácio de Cristal do Porto. Em 1953 tocou com o guitarrista Samuel Paixão no Dancing Palladium. Entretanto, estabeleceu-se como alfaiate no Padrão da Légua, Porto. Vivia ali um barbeiro, Álvaro Martins, que tocava Guitarra Portuguesa e que o influenciou na entrada para o Fado. Em 1957 actuaram no Tamariz do Porto. Convidado por Moniz Trindade, inaugurou em Janeiro de 1958 o Café Pam-Pam, que se situava junto à Praça do Chile. Quando o estabelecimento encerrou as suas portas, Álvaro Martins regressou ao Porto, e Nóbrega passou a acompanhar Jorge Fontes. Foi tocar para a Nau Catrineta, estabelecendo-se outra vez como alfaiate, agora no Largo da Misericórdia. Por falta de tempo e cada vez mais solicitado para o Fado, desistiu de vez da profissão de alfaiate. Entretanto quis aperfeiçoar-se, recebendo lições de Viola do Professor Duarte Costa. Em Fevereiro de 1968 colaborou activamente na realização do Mês de Portugal promovido em Copenhaga pelo Centro de Turismo de Portugal, tendo actuado no Festival Português realizado no Restaurante Lorry. Actuou na Tágide, acompanhando a fadista Helena Tavares, na Nau Catrineta com Jorge Fontes acompanhou Moniz Trindade (1958 e 1959), e passou por todas as casas de Fado de Lisboa.
Na sua vida profissional acompanhou grandes figuras do Fado como, Carlos do Carmo. Em 2005 a Casa da Imprensa atribuiu-lhe o Prémio Carreira e a Fundação Amália Rodrigues concedeu-lhe o prémio Viola do Fado.
Fonte: Portal do Fado


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terça-feira, 14 de outubro de 2014

RECORDANDO UM GRANDE DO FADO


Aquele que viria a ser uma das mais carismáticas figuras da noite lisboeta nasceu no Porto, em 28 de Setembro de 1924. António Maria de Matos, Tony de Matos para a posteridade. Filho de artistas da companhia teatral itinerante de Rafael de Oliveira, desde cedo começou a lidar com os palcos. A oposição paterna vai contrariar, contudo, o gosto que o jovem tem pelas cantigas. "Cantar só se fosse na rua, porque meu pai não queria, de modo algum, que eu seguisse a carreira de artista", dirá mais tarde. O seu primeiro trabalho no mundo artístico não será mais que o desempenho das funções de ponto na referida companhia. Mas o desejo de cantar leva-o a Lisboa onde, a pretexto de um trabalho burocrático, se inicia no mundo das cantigas, passando no exame da Emissora Nacional. Mas logo regressa ao convívio de seus pais e, uma noite, numa verbena, decide-se a cantar o fado. Causa espanto. Levado ao Café Luso, encantará tudo e todos e ficará a actuar, logo ali, dez noites por mês, com um salário de 50 escudos por noite. Tem 24 anos. Permanecerá dois anos no Luso, que só abandonará pelos espectáculos publicitários APA e o Comboio das Seis e Meia, de José Castelo e Igrejas Caeiro. Ganhando crescente popularidade graças a estes programas e aos Serões da Emissora Nacional, Tony de Matos estreia-se em 1952 no teatro de revista, primeiro em Cantigas Ó Rosa e, depois, em Saias Curtas. No ano seguinte será a vez do Brasil, primeira estada que durará seis meses. Após uma visita a Portugal, marcada por digressões diversas que incluíram África e a antiga Índia Portuguesa, o cantor regressa ao Brasil, onde ficará por longos seis anos, actuando na rádio, na televisão, e sendo proprietário de "O Fado", pelo qual passaram, como espectadores, alguns dos nomes maiores do panorama artístico e literário do Rio de Janeiro. Mas 1963 marca a segunda e mais marcante fase da sua carreira, com o regresso a Portugal, cantando já fora do âmbito restrito do fado, alargando o seu repertório para a canção romântica.
E é neste estilo que Tony de Matos vai encontrar o seu lugar único, a ponto de ser considerado o cantor romântico por excelência, o intérprete de charme que viria a ser admirado e por gerações sucessivas, incluindo alguns sectores da crítica dos anos oitenta, que o consideram percursor de algumas das linhas de força da música ligeira moderna. O regresso do "cantor da voz romântica", designação inventada por Natália Correia, deve-se, em grande parte, ao sucesso de Só Nós Dois e Lado a Lado, canções que vão explodir nas rádios portuguesas. Liquida os negócios no Brasil e nunca mais voltará. Ficou célebre o seu espectáculo num Pavilhão dos Desportos completamente cheio, em 1964. Estreia-se no cinema em A Canção da Saudade (1964) de Henrique Campos, sendo ainda protagonista em Rapazes de Táxis (1965) de Constantino Esteves, O Destino Marca a Hora de Henrique Campos e Derrapagem (1972).
Após o 25 de Abril, conotado com o nacional – cançonetismo, prossegue a sua profissão junto das comunidades de emigrantes no estrangeiro. A sua carreira conhecerá um novo renascimento a partir de 1985, ano em que Vitorino Salomé o convida para cantar a seu lado no Coliseu. De novo os discos e um espectáculo próprio no Coliseu vão coroar a vida do grande intérprete, do "cantor de charme", como gostava de se intitular.
Faleceu em Lisboa a 8 de Junho de 1989.

Fontes: Portal do Fado e Wikipédia

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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

RECORDANDO UMA GRANDE DO FADO


Susana, o nome próprio de Mísia, nasceu no Porto em 1955, começou por cantar em Madrid no final dos anos oitenta. Emprestava a sua voz aos fados de Amália e a canções de Joan Manoel Serrat, de Piaff, Marlene Dietrich ou Judy Garland. Os japoneses, os sul-coreanos e os espanhóis adoram os fados desta cantora portuguesa, filha de pai portuense e de mãe catalã, talvez mais que os seus próprios conterrâneos.
Em Portugal, Mísia assina contrato com a editora EMI-Valentim de Carvalho e grava um álbum onde o repertório e a sua atitude contrastam com os padrões vigentes. Vendaval, de Tony de Matos, Samba em Prelúdio, de Vinícius e Baden Powell, Porto Sentido, de Rui Veloso e Carlos Té e temas de Carlos Paião e Tozé Brito, são alguns dos temas que marcam o LP Mísia.
Mísia Fado, um disco onde as consequências estéticas do seu projecto são levadas ainda mais longe, sai em 1994, editado pela BMG. Mísia Fado, é ainda mais ousado: Fado Adivinha, de José Saramago e António Victorino de Almeida, Nasci Para Morrer Contigo, de António Lobo Antunes e Vitorino, Liberdades Poéticas, de Sérgio Godinho, além de uma canção de Jacques Brel, são as escolhas de Mísia, acompanhados à guitarra por António Chaínho. O disco é editado em Portugal, Espanha, Japão e Coreia do Sul.
Tanto Menos, Tanto Mais é o LP que, no ano seguinte, assinala a interpretação de temas inéditos de Vitorino e Manuel Paulo, com letras de João Monge, Carlos Té e António Lobo Antunes.
O reconhecimento do trabalho de Mísia, que já era uma realidade noutros países, chega por fim a Portugal. O seu esforço de renovação do fado enquanto manifestação urbana conhece a consagração em espectáculos como Fado e Outros Pecados (1995), no Teatro de São Luís.
Actualmente, Mísia está ligada à editora francesa de música étnica Eratus, e conhece em diversas cidades espanholas alguns dos palcos privilegiados de actuação.




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domingo, 24 de agosto de 2014

RECORDANDO UMA GRANDE DO FADO


Maria da Fé, de seu nome Maria da Conceição da Costa Marques, nasceu no Porto no dia 25 de Maio de 1942. Na cidade do Porto foi onde começou a cantar, por influência da mãe, usando nessa altura o nome artístico de Maria da Conceição. A fadista conta os seus anos de carreira apenas a partir de 1963, dois anos depois de ter vindo para Lisboa, embora nesta data já tivesse feito vários espectáculo e inclusive editado gravações discográficas
Maria da Fé começou a cantar Fado ainda em criança e, com apenas nove anos, apresentava-se em festas de amadores. Aos 13 anos ganhou um concurso realizado pelo "Jornal de Notícias" e o empresário Domingos Parquer, na Feira Popular do Porto. Em 1959, com 16 anos, voltou a ser consagrada vencedora como Rainha das Cantadeiras, no mesmo concurso, desta vez apresentado no Palácio de Cristal. No ano seguinte, acompanhada pela mãe estabelece residência em Lisboa e, incentivada pelo poeta Francisco Radamanto, rapidamente integrou o elenco de uma das mais importantes casas de Fado de Lisboa, a Adega Machado. Ao fim de dois meses foi para a Parrreirinha de Alfama, local onde foi convidada a apresentar-se durante 14 dias num espectáculo do Casino Estoril. Data também da sua vinda para Lisboa o registo do seu nome artístico como Maria da Fé, escolha feita por sugestão do fadista Raul Dias, com o objectivo de tirar a carteira profissional exigida na altura.
Casou com o poeta José Luís Gordo, em 1968, e deste casamento nasceram 2 filhas. Nunca teve outras profissões a não ser a de fadista, até se juntar ao seu marido na gestão da Casa de Fados que abrem em 1975, o Senhor Vinho, que funciona até hoje.
Em 1969 participa no Festival RTP da Canção, estreando o género fado no certame com a interpretação de "Vento do Norte", da autoria de Francisco Nicholson e Braga dos Santos.
Maria da Fé actuou em diversas Casas de Fado. As suas interpretações trouxeram-lhe um imenso sucesso, com um grande protagonismo nos meios de comunicação social, uma sucessão regular de discos gravados, inúmeros espectáculos por Portugal inteiro e várias digressões pela Europa, Norte de África, Guiné, Angola e Moçambique, Américas do Norte e do Sul e Austrália
A sua primeira actuação no estrangeiro foi numa associação recreativa de Newark (New Jersey), a que se sucederam inúmeros países e salas de grandes cidades, de onde salientamos o Brasil, país em que Maria da Fé actuou na década de 60, voltando em 1984, no âmbito da ponte cultural luso-brasileira, e novamente na década de 90.
No ano de 1984 participa no filme "To Catch a King", realizado por Clive Donner e protagonizado por Robert Wagner, onde interpreta dois fados: "Cantarei até que a voz me doa" e "Portugal, meu amor".
Maria da Fé prosseguiu com os seus concertos individuais, comemorando no Teatro S. Luís os seus 40 anos de carreira, no ano de 2003, com um espectáculo intitulado "Divino Fado". Actualmente Maria da Fé faz apenas os espectáculos que lhe dão prazer e mantém a gestão da sua Casa de Fados, onde muitas vezes se apresenta ao público, apesar de ter muitos artistas conceituados no seu elenco.
O seu primeiro disco gravou-o em 1960, ainda no Porto, com dois Fados seus e outros dois de Fernando Manuel, um fadista que à data fazia parte do elenco da Casa de Fados Viela. A esta edição somaram-se muitas outras, ao longo de mais de 40 anos como profissional.
Ainda na década de 1960 a convite de José Duarte integra o projecto Pop Fado, gravando as suas interpretações acompanhadas por guitarra eléctrica e bateria. Um projecto que gerou muita polémica no meio tradicionalista do Fado.
Recentemente, em 2000, integrou o projecto Entre Vozes - conjunto constituído por Alexandra, Alice Pires e Lenita Gentil. Com esta formação foi apenas editado um CD, no ano de 2000, tendo Maria da Fé e Alexandra saído do projecto e sido substituídas por Maria Armanda e Teresa Tapadas
Na sua vasta discografia conta com cerca de 30 LP’s e 15 CD’s. A sua mais recente edição discográfica data de 2005 - o CD: "Nome de Fado".
Intérprete de temas emblemáticos como "Cantarei até que a voz me doa", de autoria de José Luís Gordo e de José Fontes Rocha; ou "Valeu a Pena", do Prof. Moniz Pereira. Maria da Fé é uma figura incontornável do universo do fado desde a década de 1960

Fonte: Museu do Fado

GRANDES PARES DO CINEMA



segunda-feira, 9 de junho de 2014

RECORDANDO UMA GRANDE DO FADO



Nasceu no Porto em 1974. Aos 7 anos de idade começou a estudar piano e aos 12 entrou no Conservatório Nacional onde acabou por tirar o curso geral de piano e o curso de canto. Formada em Comunicação Social, pela Universidade Católica, cedo começou a cantar em público, sobretudo em coros de igreja e festas particulares e foi numa dessas ocasiões que o fadista João Braga a conheceu e a desafiou a cantar Fado.
A segunda experiência em registo discográfico, já como única voz presente, aconteceu num projecto de Ricardo Rocha e João Paulo Esteves da Silva -"Luz Destino" -no qual o Fado se "vestiu" duma sonoridade fora do que é habitual ouvir-se neste género musical. Com a guitarra de Ricardo Rocha -que também se revelou neste disco -a ocupar-se da maioria dos arranjos e o contrabaixo de Mário Franco a "colorir" uma parte dos temas, completou-se esta obra que serviu de aposta da editora independente norte-americana M. A. Recordings.
Se em "Luz Destino" Maria Ana Bobone aparece como o complemento vocal sonhado pelos autores do projecto, em "Senhora da Lapa" é ela que inspira de forma entusiástica todos os participantes no disco sendo possível afirmar que o canto de Maria Ana revela uma redescoberta da voz humana no seu estado mais puro. Ambos os trabalhos foram reconhecidos pela crítica especializada.
Maria Ana conta já com uma nomeação para os "Globos de Ouro" na categoria de "Melhor Intérprete Individual" (1997) e participou em vários programas nos quatro canais portugueses de televisão. Até à data, já pisou os principais palcos de Portugal (São Luiz, São Carlos, Centro Cultural de Belém, "Palco do Fado" (Expo' 98), Auditório da Culturgest, Auditório do Parque Palmela, em Cascais, Casino do Estoril, Coliseu dos Recreios, Aula Magna da Reitoria da Faculdade de Direito de Lisboa, Coliseu do Porto e Casino da Figueira da Foz.
Do seu palmarés internacional, constam actuações no Luxemburgo (1994), Copenhague (Dinamarca, 1996), Barcelona (Espanha, 1997), Suiça (1997), NJPAC (Newark, EUA, 1998), São Paulo (Brasil, 1999), La Baule (França, 1999), Cidade do México (México, 1999), de novo, nos E.U.A. (2000), Malmö (Suécia), Portonovo (Itália), Arzila (Marrocos) e Rotterdam (Holanda)-estas últimas em 2001. Participou ainda em três concertos em memória de Amália Rodrigues (Casino da Figueira da Foz (Mar. 2000); Coliseu dos Recreios (Out. 2000); e escadinhas da Igreja de São Vicente de Fora (Jul. 2001) -os 2 últimos transmitidos em directo pela TVI. Também fez parte dos convidados musicais que participaram no espectáculo a propósito das comemorações dos 25 anos de Pontificado do Papa João Paulo II, para uma plateia de 40.000 pessoas.
O álbum, "100 Anos de Fado - vol. 2", com cinco fados seus, mereceu, por parte dos nossos melhores críticos, as mais entusiásticas referências.
De assinalar a sua presença nos prestigiados Festivais de Música dos Capuchos (1999), de Monsaraz (2000), de Ancona (Itália, Junho de 2001) e da Casa de Mateus (Vila Real), em Agosto do mesmo ano.
Em 2002 apresentou uma série de 13 programas na RTPi, "Fados de Portugal", em que, além de entrevistar personalidades como Manuel Alegre, António Vitorino de Almeida ou José Fonseca e Costa, cantou muitos dos seus fados e manteve animadas conversas com convidados em estúdio e telespectadores de todas as partes do mundo. Desde então continuou apresentar o seu repertório em Portugal e no estrangeiro. Entre 2004 e 2005 grava o seu primeiro CD a solo, ao vivo, na Igreja da Graça, em Lisboa. "Nome de Mar", título do trabalho discográfico editado no início de 2006, conta com a direcção musical e arranjos de Ricardo Rocha, e com as participações de Filipa Pais e Tetvocal, entre outros. Do repertório fazem parte alguns fados tradicionais bem como poemas de Manuel Alegre, Fernando Pessoa ou Miguel Torga.
Lança em Junho de 2012 o seu mais recente trabalho – Fado & Piano. Nele, em parceria com o produtor Rodrigo Serrão, explora e revela a completa dimensão de todo o seu talento: compõe, escreve, canta, faz arranjos e toca todos os temas ao piano que assume como instrumento de eleição no acompanhamento do Fado (tradição que remonta ao final do século XIX), inovando, sustentada num respeito e conhecimento profundo das tradições, acompanhada pela incontornável Guitarra Portuguesa e pelo Contrabaixo. Tudo isto torna Maria Ana Bobone, numa das mais importantes e distintas referências artísticas da actualidade.
Fonte. Portal do Fado (com actualizações)


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quarta-feira, 14 de maio de 2014

RECORDANDO UM GRANDE DO FADO



José Nunes Alves da Costa nasceu no Porto na freguesia de Paranhos em 28 de Dezembro de 1916.
Ainda a viver no Porto com cerca de 5 anos aprende a dedilhar o Fado Menor numa guitarra que pertencia a um sapateiro seu vizinho. Com oito anos de idade vem para Lisboa estudar, tirando o Curso de Electrotecnia, que acaba tinha cerca de 16 anos. Começa a frequentar uma taberna à Rua dos Cavaleiros, que tinha à disposição de quem soubesse tocar uma guitarra e uma viola, à tarde o local era frequentado por gente do Fado onde os seus dotes a ninguém passou despercebido. Ainda como amador mas já não sendo um principiante José Nunes exibe-se no Café Ginásio, no Café Luso (Avenida da Liberdade), e ainda em tertúlias fadistas.
É em 1936 com vinte anos de idade que se estreia como profissional no Café Mondego (mais tarde Retiro dos Marialvas), acompanhado por um dos mais conceituados tocadores de viola de Fado da época, Alfredo Mendes.
Em 1945 com a reabertura do Solar da Alegria, sob a direcção artística de Júlio Proença, é contratado, ali levam a efeito as noites de “Fado Antigo” era nessa altura cabeça de cartaz Fernanda Peres “ a voz nostálgica do Fado”, José Nunes à frente de um conjunto de guitarras e violas dos quais fazem parte Casimiro Ramos, Alfredo Mendes e Pais da Silva, onde cada vez ganha mais admiradores, há quem o compare ao Grande Armandinho .
Mais tarde actua no Café Luso (Travessa da Queimada), onde se mantém sete anos, rescinde o contrato porque decide tirar partido do seu curso e talvez uma maior estabilidade profissional, e ingressa na Companhias Reunidas de Gás e Electricidade, onde chega a exercer o cargo de Chefe Ajunto da rede geral de gás, conseguindo no entanto conciliar esta actividade com a de músico.
Tocou em directo como era costume na época em várias rádios, mas foi na Emissora Nacional que mantém às sextas-feiras durante cerca de trinta anos um programa que foi decerto inspiração para muitos futuros guitarristas.
Em 1956 é o primeiro guitarrista a actuar na Radiotelevisão.
José Nunes tocou praticamente para todos os fadistas e gravou com muitos deles, permitam-me que realce,  eu próprio tive a honra de gravar um EP para a Valentim de Carvalho, e um dos temas desse disco era precisamente o poema que Artur Ribeiro fez para mim, e uma pessoa que tal como se diz do meu avô tinha (um certo mau feitio), só me posso recordar que foi de uma simpatia e de uma colaboração, aliadas a alguns conselhos que nunca poderei esquecer. Foi guitarrista de Amália em Portugal e no Estrangeiro, mas acaba por dar lugar a outro, pois tem a fobia de andar de avião.
È autor de vários fados e variações, saiu à cerca de dois anos um "CD - O Melhor de José Nunes" com as suas variações que é uma tal virtuosidade, ouvi-lo causa arrepios de prazer fadista.
A sua guitarra cala-se em 23 de Janeiro de 1979, no seu cortejo fúnebre a grande maioria dos músicos e gente do Fado, prestam-lhe a sua sentida homenagem.

Fonte: Lisboa no Guiness

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sábado, 19 de abril de 2014

RECORDANDO UM GRANDE DO FADO


José Fontes Rocha nasceu no Porto a 20 de Setembro de 1926. Dos 16 aos 30 anos exerceu a profissão de electricista, no norte do país, conciliando-a com a actividade de guitarrista amador, que começou a praticar aos 20 anos. Descendente de uma família de músicos, o seu avô paterno, Joaquim Rocha foi regente e compositor da Banda de Santiago, uma banda civil, das chamadas "bandas regimentares" que abrilhantavam os coretos e as festas das vilas e aldeias do norte do país. Foi este seu avô que, aos 12 anos, começou a ensinar-lhe solfejo e, simultaneamente, aprendia a tocar violino. O gosto pela guitarra adquiriu-o por influência do pai, António da Silva Rocha que tocava este instrumento em paródias de amigos. Foi assim que aos 16 anos começou a dedicar-se à guitarra, desta feita como autodidacta, aprendendo a tocar sozinho, tocando entre amigos, em tertúlias e em festas particulares. O seu gosto pela guitarra portuguesa era fomentado também pela audição dos programas de guitarradas, nomeadamente na Emissora Nacional, e de onde se destacam os nomes de Raul Nery, Paredes, José Nunes e Carvalhinho.
Dez anos depois, em 1956 e a convite de José Nunes, vem para Lisboa, e integra o elenco do Restaurante "Patrício", na Calçada de Carriche tocando guitarra portuguesa. Quando o "Patrício" encerrou portas, Fontes Rocha começa a trabalhar nos Correios de Portugal, e de forma esporádica toca no "Pampilho", uma casa também situada na Calçada de Carriche. Pouco tempo depois foi contratado pela "Adega Mesquita", e abandonou definitivamente a profissão de electricista, decidindo tornar-se guitarrista profissional. Neste período acompanha o fadista Fernando Farinha tendo inclusivamente realizado vários concertos no Canadá e E.U.A.  (1962). Na "Adega Mesquita" terá um dos encontros mais decisivos da sua carreira, conhece a fadista Amália Rodrigues, com quem irá desenvolver um grandioso trabalho musical.
Como instrumentista, diz-nos Pedro Caldeira Cabral, que tinha "como modelos estilísticos os dos guitarristas Armandinho e José Nunes, cuja influência no seu tipo de sonoridade é perfeitamente reconhecível. Fontes Rocha desenvolveu, no entanto, com uma persistência notável uma série de aperfeiçoamentos na sonoridade das guitarras, introduzindo técnicas de «surdina», redesenhando a forma das unhas e o ângulo de ataque das cordas, etc." (Pedro Caldeira Cabral, “A Guitarra Portuguesa”, Lisboa, Ediclube, 1999).
Fontes Rocha fez parte do Conjunto de Guitarras de Raul Nery (integrado também por Júlio Gomes e Joel Pina), com o qual se deslocou ao estrangeiro, também para acompanhar Maria Teresa de Noronha. Enquanto executante neste conjunto participam todas as semanas em programas na Emissora Nacional, onde interpretam 4 peças diferentes, o que exigia ensaios e uma grande dose de profissionalismo, uma vez que, segundo Fontes Rocha, é muito complicado pôr 4 instrumentos a tocar simultaneamente.
Com o Conjunto de Guitarras de Raul Nery, actuou com a Orquestra de André Kostelanetz, na temporada de 1969-1970, contribuindo para o grande êxito alcançado por Amália Rodrigues no Lincoln Center de Nova Iorque.
Na década de 60 destaca-se como guitarrista de Amália Rodrigues, sendo um dos pontos altos do percurso artístico do guitarrista. Com Amália percorre praticamente todos os palcos do mundo, desenvolvendo um trabalho de elevada qualidade, quer a nível de composições, como de sonoridades, em estreita colaboração com Alain Oulman e aliadas a uma cuidada escolha de poemas. Das numerosas apresentações que fez com a fadista destacam-se espectáculos como o realizado no Olympia de Paris, em 1968, destinado aos emigrantes portugueses, onde, para além do Conjunto de Guitarras de Raul Nery, participaram também Carlos Paredes, Simone de Oliveira, Duo Ouro Negro e o Grupo de Bailados Verde Gaio.
Além dos discos gravados com o Conjunto de Guitarras de Raul Nery, Fontes Rocha editou ainda três discos com guitarradas, tocou para Natália Correia num disco de poesias e fez o acompanhamento em discos de inúmeros fadistas, caso de Ada de Castro, António Mourão, Carlos do Carmo (no LP "Por morrer uma andorinha"), Fernando Farinha, João Braga, Maria Amélia Proença e Maria da Fé, entre muitos outros. Das gravações feitas com Amália Rodrigues, Fontes Rocha destaca com orgulho o trabalho realizado para o disco "Com Que Voz", com músicas de Alain Oulman, onde o guitarrista foi autor dos arranjos e do som. Como nos relata o próprio: "tive a sorte de fazer o melhor trabalho dela. Foi um disco que foi premiado em todo o mundo, com um prémio que só se dá a grandes músicas eruditas (…). Esse disco foi feito por mim (…) peguei na minha guitarra de Coimbra (afinada por Artur Paredes para o Fado de Coimbra). E foi nessa guitarra afinada de Coimbra que eu fiz esse disco, que está certíssimo para a música, e até inclusivamente para os poemas." (Baptista Bastos, "Fado Falado", Lisboa, Ediclube, 1999).
José Fontes Rocha é autor da música de vários Fados, alguns bastante famosos, tais como "Quentes e Boas" (com letra de José Luís Gordo), "Fado Isabel" (corrido cantado com diversas letras), "Anda o Sol na minha rua" (letra de David Mourão-Ferreira), "Lavava no rio lavava" e "Trago o Fado nos sentidos" (ambos com poemas de Amália). Compôs também melodias de guitarradas, como a "Valsa em Si menor", "Variações à Roda de uma Valsa", "Variações em Ré menor", "Variações em Sol Maior" e "Evocação em Mi menor".
Em 2005 recebe o Prémio Amália Rodrigues para Melhor Compositor de Fado.
O seu talento e sensibilidade são reconhecidos numa justa homenagem aos 80 anos de vida, realizada em 19 de Outubro de 2006, no Fórum Lisboa, onde diversos fadistas interpretaram melodias de sua autoria.
Exímio acompanhador e compositor de melodias, José Fontes Rocha continua hoje a ser uma fonte inspiradora para todos os instrumentistas e fadistas.
José Fontes Rocha faleceu a 15  de Agosto de 2011 em Lisboa. Tinha 85 anos

Fonte: Portal do Fado

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segunda-feira, 24 de março de 2014

RECORDANDO UM GRANDE DO FADO



Gabino Ferreira nasceu a 13 de Novembro de 1922, na freguesia do Bonfim no Porto. Aos 14 anos começa a cantar o fado em festas nas colectividades e de beneficência e aos 16 estreou-se no Café Portugal, chamado a "Catedral do Fado" portuense, e foi sendo solicitado para actuar noutros locais, por esta altura até lhe chamam o “Miúdo do Bonfim”.
Em 1940 com 18 anos é tal o seu prestígio que é convidado a actuar no espectáculo "Glória a Portugal" apresentado no Porto, em vários recintos, em comemoração do aniversário da Fundação e da Restauração da Nacionalidade. Em 1942, com vinte anos, decide vir para Lisboa, estreando-se na Esplanada Luso (ex. Retiro da Severa), mais tarde é contratado para Café Luso, já na Travessa da Queimada, altura em que o elenco era dos mais aceites pelo grande público, como Filipe Pinto, Maria do Carmo Torres, Júlio Vieitas, Fernando Farinha, Frutuoso França, Mário José Paninho e outros mais. Cantou também no Retiro dos Marialvas, actuou em quase todos os restaurantes típicos da época tendo finalmente sido contratado para “A Severa” como gerente artístico. No programa radiofónico "Voz de Portugal", cantou também ao lado de Berta Cardoso, Maria Cármen, Quinita Gomes e Moisés Campelos.
­Simultaneamente tem outra actividade profissional e opta por abandonar a vida artística profissional, numa fase da sua carreira em que era considerado um dos grandes intérpretes do fado do seu tempo. Não deixou, porém, de cantar. E hoje, quando aparece nas tertúlias fadistas continua a deliciar-nos quando canta o Fado como ele o faz. Gravou dois discos (long play), um em 1979, (Fado da Velha Guarda), e outro em 1980, (Fados e Saudades de Gabino Ferreira).
Disponha de um vasto reportório, como: Quem Não Tem Mãe Não Tem Nada, Vamos Para as Hortas, Juventude, O Fado Está Doente, A Praga Que te Rogo, Ri Sempre!, A Vida É Uma Tacada, Carta do Hospital, Despedida, Esposa Ideal, Incertezas do Tempo, Três Fases (Partida, Ausência e Chegada), Lenda da Amendoeira, Até Logo!, Escravos e Donos, e Cabelo Branco e Alfama, etc.
Gabino Ferreira foi casado com Ana Lala, natural de Serpa e que também cantava o Fado, que faleceu em Outubro de 2004, facto que muito o abalou.
Faleceu em Algés a 28 de Novembro de 2011, com 89 anos.
Fonte: Portal do fado e Wikipédia


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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

RECORDANDO UMA GRANDE DO FADO


Se há uma marca inconfundível na carreira de Beatriz da Conceição, para lá do seu estilo profundamente pessoal...Beatriz da Conceição é uma das personalidades artísticas mais vibrantes da segunda metade deste século. Nascida no Porto em 1939, torna-se fadista num episódio quase lendário: vai ouvir fados à casa de fado de Márcia Condessa, alegra-se com a sangria e trauteia um fado. É logo convidada pela D. Márcia para ficar a cantar na casa. Já não regressa ao Porto. O seu primeiro cachet foi de sessenta escudos por noite, mas depressa a sua carreira ganha asas para voos maiores. Cantará nas principais casas de fado de Lisboa, nos palcos da revista, onde obteve extraordinários êxitos como, por exemplo, Fado Para Esta Noite, ou John Português.
A sua carreira foi marcada por uma presença assídua no estrangeiro, actuando para as comunidades emigrantes. Já nos anos noventa, é convidada para festivais internacionais de música e aplaudida por um público cosmopolita.
Se há uma marca inconfundível na carreira de Beatriz da Conceição, para lá do seu estilo profundamente pessoal e verdadeiro, é a singular atenção que dedica às letras (e aos poemas) que canta. Obstinou-se sempre em ter um repertório próprio e chegou a pagar do seu bolso letras de fado de que gostava. Talvez por isso obteve a admiração e a amizade de grandes poetas, como Vasco de Lima Couto (de quem canta A Vida que Eu Sofro em Ti, Pomba Branca e A Noite, entre outros), ou José Carlos Ary dos Santos que para ela escreveu, com Fernando Tordo, o Fado da Bia, com o diminutivo familiar da artista.
Continua a ter uma carreira activa, como o comprova a presença nos programas de televisão Grande Noite e Cabaret, de Filipe La Féria, a gravação de discos, e a presença assídua numa casa de fado.

Fonte: Portal do Fado 

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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

RECORDANDO UM GRANDE DO FADO


Arménio de Melo nasceu em Santa Maria de Lamas, Feira, em 1953.
Aos 13 anos de idade iniciou a aprendizagem da Guitarra Portuguesa com o guitarrista Manuel dos Santos, profissionalizando-se por altura de 1968.
Em 1978 já integrava o consagrado conjunto do Prof. Martinho d'Assunção.
Estudou no Instituto Gregoriano de Lisboa e possui o curso complementar de música pela Academia de Amadores de Música e a Licenciatura em Ciências Musicais pela Universidade Nova de Lisboa. Foi professor na Academia de Amadores de Música, Escola Profissional e Conservatório Regional de Almada, Conservatório Regional de Loures, Conservatório Regional de Palmela. Actualmente lecciona Guitarra Portuguesa, no Musicentro (Salesianos, Oficinas de S. José, Lisboa) onde dirige cursos de Guitarra Portuguesa, de Viola de Fado e de Canto de Fado. Em 1975 dá-se a sua primeira apresentação no estrangeiro, onde para além de acompanhador de fado, apresenta verdadeiros recitais de Guitarra Portuguesa, bastante apreciados pelo público.
Já actuou em todos os países da Europa Ocidental, na ex União Soviética, Canadá, E.U.A, Brasil, Venezuela, México, Angola, África do Sul, Cabo Verde, Costa do Marfim, Senegal, Moçambique, Japão, Hong-Kong, Macau e Índia.
De todas estas tournées, muitas delas já repetidas, salientam-se as seguintes apresentações:
Suécia: Lulea - para as Nações Unidas; Estocolmo - com a presença do então primeiro ministro Olof Palme; Malmo - para o Congresso Social Democrata.
França: vários festivais com «Visages de Ia Guitarre» (1985-86); Festival de Albi (1989); «Rendez- vous de Ia Guitarre» (1994), Expo Lingue Paris (1999 e 2004). Espanha: Festival Internacional de Folclore do Mediterrâneo (1989); aniversário da TV Galiza (1990); Festival de Jazz de Sevilha (1994), Festival de Segóvia (1994), Casa da Cultura de Madrid (1995), Rádio Nacional de Espanha (1996). Suiça: Festival de Genève.
Brasil: Canecão, Rio de Janeiro (1992-93); Memorial da América Latina, S. Paulo,
Venezuela: Centro Português de Caracas com a Orquestra Sinfónica Venezuela; um CD com a mesma; Teatro Teresa Carreño " As Cordas que nos Unem" (1996), Festival de Música El Hatillo (1997).
Alemanha: grande quantidade dos quais se destacam a Alte Opera Franquefurt (1992), Universidades de Estugarda (1989), Mainz e Mainheimm (1999) e ZDF (Televisão) vários.
Japão: “Feira Internacional de Tokio” (2003).
México: 4ª Semana Académica da Universidade de Guanajuato (2003).
Portugal: inúmeros recitais, Lisboa Capital da Cultura, Teatro S. Luís, (1996), Expo 98 Palco Promenade e Teatro Camões, Encontros Lusófonos Praça da Ribeira (produtor e executante), Cimeira Ibero-Americana Porto (produtor e executante) (1998) e Amália, Musical de Filipe La Féria desde 2000. Um sem fim de registos discográficos na área do fado bem como outros géneros musicais e até ao momento, 11 CDs a solo.
Em 2008 compõe a música vencedora para a Grande Marcha de Lisboa 2008, com poema de José Luís Gordo.

Fonte: Portal do Fado 

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

RECORDANDO UM GRANDE DO FADO



Alberto Ribeiro nasceu em Ermesinde a 29 de Fevereiro de 1920 e faleceu em Lisboa a 26 de Junho de 2000. Foi um cantor e actor, muito popular, sobretudo nas décadas de 1940 e inícios da de 1950.
Oriundo de uma família de artistas, tinha um irmão e uma irmã que também cantavam, mas que não foram muito conhecidos. Ficou famoso pela sua voz extensa, a sua facilidade em utilizar os agudos e pelo seu timbre quente.
Obteve grande de popularidade, surgindo, como um dos intérpretes principais da película “Capas Negras”, onde contracenou com Amália Rodrigues, continuando no período que se lhe seguiu como vedeta de cinema em várias películas nacionais como: “Ladrão de Luva Branca”(1946); “Um Homem do Ribatejo” (1946); “Capas Negras” (1947); “Cantiga da Rua” (1950) ; “Rosa de Alfama” (1953); “O Homem do Dia”(1958).
Em 1946 foi inaugurada no Parque Mayer a peça “Sala Júlia Mendes”, onde Alberto Ribeiro foi um dos principais intérpretes, juntamente com Amália Rodrigues.
Participou em várias operetas, quer pela sua figura, quer pelo seu cantar era o intérprete ideal, para esse espectáculo muito popular na época.
Na década de 1960, voltou ao palco no âmbito da comemoração dos 25 anos da opereta "Nazaré" onde interpretava, entre outras canções "Maria da Nazaré" de sua autoria em parceria com o poeta António Vilar da Costa e que foi um estrondoso êxito na década de 1940. Refira-se ainda que foi ele o criador de "Cartas de amor" mais tarde popularizada por Tony de Matos. No filme já citado, interpretou "Coimbra", canção que a fadista tornaria internacionalmente conhecida. Foi intérprete de “Marianita", "Senhora da Nazaré", "Soldados de Portugal", "O Porto é assim" ou "Eu já não sei", este último retomado por outros nomes como Florência.
Passado pouco tempo, retira-se novamente de cena, sem que ninguém o compreenda, remetendo-se a um silêncio que ninguém conseguiu até hoje quebrar. Apesar disso, os seus admiradores não o esqueceram, tendo surgido várias reedições dos seus discos.
Fonte: Wikipédia






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