sexta-feira, 19 de setembro de 2014

RECORDANDO UMA GRANDE DO FADO


Susana, o nome próprio de Mísia, nasceu no Porto em 1955, começou por cantar em Madrid no final dos anos oitenta. Emprestava a sua voz aos fados de Amália e a canções de Joan Manoel Serrat, de Piaff, Marlene Dietrich ou Judy Garland. Os japoneses, os sul-coreanos e os espanhóis adoram os fados desta cantora portuguesa, filha de pai portuense e de mãe catalã, talvez mais que os seus próprios conterrâneos.
Em Portugal, Mísia assina contrato com a editora EMI-Valentim de Carvalho e grava um álbum onde o repertório e a sua atitude contrastam com os padrões vigentes. Vendaval, de Tony de Matos, Samba em Prelúdio, de Vinícius e Baden Powell, Porto Sentido, de Rui Veloso e Carlos Té e temas de Carlos Paião e Tozé Brito, são alguns dos temas que marcam o LP Mísia.
Mísia Fado, um disco onde as consequências estéticas do seu projecto são levadas ainda mais longe, sai em 1994, editado pela BMG. Mísia Fado, é ainda mais ousado: Fado Adivinha, de José Saramago e António Victorino de Almeida, Nasci Para Morrer Contigo, de António Lobo Antunes e Vitorino, Liberdades Poéticas, de Sérgio Godinho, além de uma canção de Jacques Brel, são as escolhas de Mísia, acompanhados à guitarra por António Chaínho. O disco é editado em Portugal, Espanha, Japão e Coreia do Sul.
Tanto Menos, Tanto Mais é o LP que, no ano seguinte, assinala a interpretação de temas inéditos de Vitorino e Manuel Paulo, com letras de João Monge, Carlos Té e António Lobo Antunes.
O reconhecimento do trabalho de Mísia, que já era uma realidade noutros países, chega por fim a Portugal. O seu esforço de renovação do fado enquanto manifestação urbana conhece a consagração em espectáculos como Fado e Outros Pecados (1995), no Teatro de São Luís.
Actualmente, Mísia está ligada à editora francesa de música étnica Eratus, e conhece em diversas cidades espanholas alguns dos palcos privilegiados de actuação.




GRANDES PARES DO CINEMA