José Fontes Rocha nasceu no Porto a 20 de Setembro de 1926. Dos 16
aos 30 anos exerceu a profissão de electricista, no norte do país,
conciliando-a com a actividade de guitarrista amador, que começou a praticar
aos 20 anos. Descendente de uma família de músicos, o seu avô paterno, Joaquim
Rocha foi regente e compositor da Banda de Santiago, uma banda civil, das
chamadas "bandas regimentares" que abrilhantavam os coretos e as
festas das vilas e aldeias do norte do país. Foi este seu avô que, aos 12 anos,
começou a ensinar-lhe solfejo e, simultaneamente, aprendia a tocar violino. O
gosto pela guitarra adquiriu-o por influência do pai, António da Silva Rocha
que tocava este instrumento em paródias de amigos. Foi assim que aos 16 anos
começou a dedicar-se à guitarra, desta feita como autodidacta, aprendendo a
tocar sozinho, tocando entre amigos, em tertúlias e em festas particulares. O
seu gosto pela guitarra portuguesa era fomentado também pela audição dos
programas de guitarradas, nomeadamente na Emissora Nacional, e de onde se
destacam os nomes de Raul Nery, Paredes, José Nunes e Carvalhinho.
Dez anos depois, em 1956 e a convite de José Nunes, vem para Lisboa, e integra o elenco do Restaurante "Patrício", na Calçada de Carriche tocando guitarra portuguesa. Quando o "Patrício" encerrou portas, Fontes Rocha começa a trabalhar nos Correios de Portugal, e de forma esporádica toca no "Pampilho", uma casa também situada na Calçada de Carriche. Pouco tempo depois foi contratado pela "Adega Mesquita", e abandonou definitivamente a profissão de electricista, decidindo tornar-se guitarrista profissional. Neste período acompanha o fadista Fernando Farinha tendo inclusivamente realizado vários concertos no Canadá e E.U.A. (1962). Na "Adega Mesquita" terá um dos encontros mais decisivos da sua carreira, conhece a fadista Amália Rodrigues, com quem irá desenvolver um grandioso trabalho musical.
Como instrumentista, diz-nos Pedro Caldeira Cabral, que tinha "como modelos estilísticos os dos guitarristas Armandinho e José Nunes, cuja influência no seu tipo de sonoridade é perfeitamente reconhecível. Fontes Rocha desenvolveu, no entanto, com uma persistência notável uma série de aperfeiçoamentos na sonoridade das guitarras, introduzindo técnicas de «surdina», redesenhando a forma das unhas e o ângulo de ataque das cordas, etc." (Pedro Caldeira Cabral, “A Guitarra Portuguesa”, Lisboa, Ediclube, 1999).
Dez anos depois, em 1956 e a convite de José Nunes, vem para Lisboa, e integra o elenco do Restaurante "Patrício", na Calçada de Carriche tocando guitarra portuguesa. Quando o "Patrício" encerrou portas, Fontes Rocha começa a trabalhar nos Correios de Portugal, e de forma esporádica toca no "Pampilho", uma casa também situada na Calçada de Carriche. Pouco tempo depois foi contratado pela "Adega Mesquita", e abandonou definitivamente a profissão de electricista, decidindo tornar-se guitarrista profissional. Neste período acompanha o fadista Fernando Farinha tendo inclusivamente realizado vários concertos no Canadá e E.U.A. (1962). Na "Adega Mesquita" terá um dos encontros mais decisivos da sua carreira, conhece a fadista Amália Rodrigues, com quem irá desenvolver um grandioso trabalho musical.
Como instrumentista, diz-nos Pedro Caldeira Cabral, que tinha "como modelos estilísticos os dos guitarristas Armandinho e José Nunes, cuja influência no seu tipo de sonoridade é perfeitamente reconhecível. Fontes Rocha desenvolveu, no entanto, com uma persistência notável uma série de aperfeiçoamentos na sonoridade das guitarras, introduzindo técnicas de «surdina», redesenhando a forma das unhas e o ângulo de ataque das cordas, etc." (Pedro Caldeira Cabral, “A Guitarra Portuguesa”, Lisboa, Ediclube, 1999).
Fontes Rocha fez parte do Conjunto de Guitarras de Raul Nery
(integrado também por Júlio Gomes e Joel Pina), com o qual se deslocou ao
estrangeiro, também para acompanhar Maria Teresa de Noronha. Enquanto
executante neste conjunto participam todas as semanas em programas na Emissora
Nacional, onde interpretam 4 peças diferentes, o que exigia ensaios e uma
grande dose de profissionalismo, uma vez que, segundo Fontes Rocha, é muito
complicado pôr 4 instrumentos a tocar simultaneamente.
Com o Conjunto de Guitarras de Raul Nery, actuou com a Orquestra
de André Kostelanetz, na temporada de 1969-1970, contribuindo para o grande
êxito alcançado por Amália Rodrigues no Lincoln Center de Nova Iorque.
Na década de 60 destaca-se como guitarrista de Amália Rodrigues,
sendo um dos pontos altos do percurso artístico do guitarrista. Com Amália
percorre praticamente todos os palcos do mundo, desenvolvendo um trabalho de
elevada qualidade, quer a nível de composições, como de sonoridades, em
estreita colaboração com Alain Oulman e aliadas a uma cuidada escolha de
poemas. Das numerosas apresentações que fez com a fadista destacam-se
espectáculos como o realizado no Olympia de Paris, em 1968, destinado aos
emigrantes portugueses, onde, para além do Conjunto de Guitarras de Raul Nery,
participaram também Carlos Paredes, Simone de Oliveira, Duo Ouro Negro e o
Grupo de Bailados Verde Gaio.
Além dos discos gravados com o Conjunto de Guitarras de Raul Nery,
Fontes Rocha editou ainda três discos com guitarradas, tocou para Natália
Correia num disco de poesias e fez o acompanhamento em discos de inúmeros
fadistas, caso de Ada de Castro, António Mourão, Carlos do Carmo (no LP
"Por morrer uma andorinha"), Fernando Farinha, João Braga, Maria
Amélia Proença e Maria da Fé, entre muitos outros. Das gravações feitas com
Amália Rodrigues, Fontes Rocha destaca com orgulho o trabalho realizado para o
disco "Com Que Voz", com músicas de Alain Oulman, onde o guitarrista
foi autor dos arranjos e do som. Como nos relata o próprio: "tive a sorte
de fazer o melhor trabalho dela. Foi um disco que foi premiado em todo o mundo,
com um prémio que só se dá a grandes músicas eruditas (…). Esse disco foi feito
por mim (…) peguei na minha guitarra de Coimbra (afinada por Artur Paredes para
o Fado de Coimbra). E foi nessa guitarra afinada de Coimbra que eu fiz esse
disco, que está certíssimo para a música, e até inclusivamente para os
poemas." (Baptista Bastos, "Fado Falado", Lisboa, Ediclube,
1999).
José Fontes Rocha é autor da música de vários Fados, alguns
bastante famosos, tais como "Quentes e Boas" (com letra de José Luís
Gordo), "Fado Isabel" (corrido cantado com diversas letras),
"Anda o Sol na minha rua" (letra de David Mourão-Ferreira),
"Lavava no rio lavava" e "Trago o Fado nos sentidos" (ambos
com poemas de Amália). Compôs também melodias de guitarradas, como a
"Valsa em Si menor", "Variações à Roda de uma Valsa",
"Variações em Ré menor", "Variações em Sol Maior " e
"Evocação em Mi menor".
Em 2005 recebe o Prémio Amália Rodrigues para Melhor Compositor de Fado.
O seu talento e sensibilidade são reconhecidos numa justa homenagem aos 80 anos de vida, realizada em 19 de Outubro de 2006, no Fórum Lisboa, onde diversos fadistas interpretaram melodias de sua autoria.
Em 2005 recebe o Prémio Amália Rodrigues para Melhor Compositor de Fado.
O seu talento e sensibilidade são reconhecidos numa justa homenagem aos 80 anos de vida, realizada em 19 de Outubro de 2006, no Fórum Lisboa, onde diversos fadistas interpretaram melodias de sua autoria.
Exímio acompanhador e compositor de melodias, José Fontes Rocha
continua hoje a ser uma fonte inspiradora para todos os instrumentistas e
fadistas.
José Fontes Rocha faleceu a 15 de Agosto de 2011em Lisboa. Tinha 85
anos
José Fontes Rocha faleceu a 15 de Agosto de 2011
Fonte: Portal do Fado