Natural do Porto, onde nascera em 1924, Artur Ribeiro gostava de
cantar em miúdo mas o seu temperamento tímido fazia-o cantar escondido atrás de
uma cortina. Um dos casos raros de artista que não se limitava a interpretar
mas igualmente compunha - e muito! - Artur Ribeiro escreveu alguns dos maiores
clássicos da música ligeira portuguesa, como A Rosinha dos Limões, Nem às
Paredes Confesso ou A Fonte das Sete Bicas. Em 1940, a família muda-se
para Lisboa e é aqui que o seu talento é descoberto: num baile organizado pelo
Clube Radiofónico de Portugal, Artur Ribeiro começa a trautear enquanto dança
com uma jovem que queria impressionar, sendo imediatamente notado pelo director
de programas da estação, que o convida a actuar numa festa em honra do Cônsul
do Brasil. Nessa festa, por seu lado, Ribeiro é abordado por um dos
responsáveis da Rádio Peninsular para se juntar ao elenco daquela emissora como
tenor lírico. Empregando-se para não sobrecarregar o orçamento familiar, Artur
Ribeiro vai subindo profissionalmente, passando inclusive a produtor de
emissões e começando a compor as suas primeiras canções. Em 1944, estreia-se
profissionalmente num espectáculo da Esplanada da Voz do Operário, ao lado de
Amália Rodrigues, e em seguida estreia-se no teatro na Revista Internacional de
1945 no Coliseu dos Recreios, partindo em seguida para o Porto para substituir
Luís Piçarra na opereta A Chave do Paraíso.
Em 1946 estreia-se na Emissora Nacional e, no ano seguinte,
enfrentando um mau momento profissional, aceita ser cantor da Orquestra do
Casino Estoril, iniciando uma nova fase da sua carreira. Modulando a sua voz
para a canção ligeira, torna-se um aplaudido vocalista da noite lisboeta,
transferindo-se do Casino para o Conjunto de Mário Teixeira, pianista com quem
começa a compor regularmente. Em 1948 conhece Max, para quem virá a escrever
alguns dos seus maiores sucessos -como Ilha da Madeira - e, em 1949, ganha o
seu primeiro prémio como compositor com Canção da Beira. A par com a sua
carreira de cantor, impõe-se como compositor, com êxitos como Rosinha dos
Limões (que originará em 1954, uma opereta de grande êxito), Maria da Graça,
Adeus Mouraria, Pauliteiros do Douro ou A Fonte das Sete Bicas. Em 1965,
contabilizava 300 canções de sua autoria exclusiva e 700 letras feitas para
melodias suas e de outros.
Max, António Calvário, Rui de Mascarenhas, Madalena Iglésias,
Júlia Barroso, Tristão da Silva, Simone de Oliveira ou Maria José Valério
gravaram canções de Artur Ribeiro. Presença regular nos programas radiofónicos
da APA, grava os primeiros discos em 1953 e estreia-se em 1957 na Televisão.
Passa pelo cinema (escrevendo a música de O Miúdo da Bica, com Fernando
Farinha, onde participou igualmente como actor). Participou igualmente em
muitos programas de variedades em Espanha. Faleceu em 1982.
Fonte: Portal do Fado